domingo, 5 de outubro de 2008

Da importância das brincadeiras

ATENÇÃO, ATENÇÃO!!! Era esse o chamado que recebia quando criança, pelo meu pai, para começarmos mais uma brincadeira. Aliás, brincadeiras e brinquedos que permearam a minha infância.
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Eram brincadeiras tão mágicas que por vezes dispensava os próprios brinquedos, podia ser uma história de faz-de-conta, onde eu era uma das personagens; de cavalinho nas costas do meu pai; ou mesmo de "comidinha" com a minha mãe, com pedacinhos de folhas, que a minha imaginação dava conta de transformar em deliciosas papinhas para minhas bonecas.
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Mas hoje quero a atenção de vocês, pais , educadores e todos que são responsavél por uma criança. Será que estamos brincando com nossas crianças ? Será que estamos chamando nossas crianças para brincar?
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A brincadeira sempre esteve presente na fase infantil, se fecharmos os olhos e imaginarmos uma criança, logo associaremos à ela uma brincadeira. O ato de brincar é essencial nafase infantil, porque é atraves das brincadeiras que a criança começa a construir sua relação com o mundo. Então temos aqui um bom motivo para que os pais participem cada vez mais das brincadeiras com seus filhos. Além de prazeroso, é uma boa oportunidade de explorar este momento da construção da relação.
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Pesquisas apontam a importância das brincadeiras na infância, e o quanto elas contribuem para o desenvolvimento psicológico, de seu raciocínio, da progressão intelectual da memória, da criatividade e da resolução de problemas.
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E que brinquedos são esses que oferecemos às nossas crianças?
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Partindo da idéia de que nada tem a ver com dinheiro - esse vínculo veio com os publicitários, que entopem nossa cabeças e a das nossas crianças com anúncios que vão dos comerciais de TV as grandes lojas de fastfood que sempre tem um bichinho ou um carrinho de "brinde".
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Gostaria de dividir com vocês uma dúvida que eu tenho e que muito provavelmente alguém já se fez essa pergunta algum dia: será que para uma criança brincar ou se divertir de verdade ela terá que ir num destes fatsfood e se entupir de gramas e gramas de gorduras saturadas, gorduras trans, tudo isso só pra ter o "brinquedo que todo mundo tem"?
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Sei que o mundo avançou, assim como os brinquedos também. Quando penso numa resposta para esta minha dúvida, sei que já não cabe mais pedir às nossas crianças que brinquem com bonecas de milho ou cavalo -de- pau (brincadeiras tipícas do nordeste). Mas fantasiar é um recurso que não custa dinheiro e é essencial para o desenvolvimento da criatividade infantil. Esse bombardeio marcado por efeitos especiais inibem o poder de invenção que a criança carrega consigo, e toma dela a motivação de criar seu próprio brinquedo " imaginário", sendo este um exercício fundamental para a construção da afetividade com o brinquedo. Afinal, brinquedos não brincam sozinhos?!
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Esse tipo de comercial, espalhado por todos os lados, na TV, na rua, no mercado, no shopping, é tão agressivo que se prestarmos atenção nos olhos de nossas crianças, veremos como eles ficam "tristinhos" por não terem esse ou aquele brinquedo que "todo mundo tem". Isso também gera nos pais uma frustação, tanto para o que não tem dinheiro , quanto para aqueles que compram todos os brinquedos para seus filhos e sem querer acabam distanciando-se deles cada vez mais. A importância não deveria estar no brinquedo, mas sim no brincar.
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Acredito que se mostrarmos o valor de um brinquedo à uma criança , seja o "simples" ou o "brinde", desde que as ajudemos a criar um vínculo com esse brinquedo, vamos deixar que ela seja a principal peça da brincadeira, vamos contar histórias onde ela seja o personagem principal - uma boneca ou a personagem "tal" não pode ser mais importante que a criança. A importância de qualquer objeto deve partir da imaginaçao da criança. E, antes de tudo, dar à ela o que lhe é realmente importante: DIVERSÃO!!!
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MUITO OBRIGADA, PELA ATENÇÃO!

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito interessante o texto.
Um belo alerta aos pais e responsáveis,o importante é à atenção que damos a nossas crianças, e não brinquedos caros e mil passeios em fast-foods.
O amor,carinho e atenção valem muito mais,são realmente o que importa.
Concordo que devemos proporcionar o melhor de nós,independente do dinheiro que dispomos,por isso,não me sinto culpada por não dar esses brinquedos caros a minha filha e nem levá-la sempre ao shopping para lanchar essas mil calorias que só fazem mal,prefiro lhe transmitir valores da realidade com muito carinho.
Parabéns pela bela matéria.
Um abraço.
Alessandra Previato.

Regi - 1série A disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Regi - 1série A disse...

É muito bom ale saber que há pessoas que pensam de forma responsável. Isso é importante para os nossos filhos, nossos alunos, nossas crinças!Abraço, Regi.
OBS:amanhã dia 11/10 haverá oficina as 10:00 hs